ECONOMIA COLABORATIVA

GoBlockchain
6 min readDec 21, 2018

Uma nova forma de nos reorganizarmos em sociedade

São pessoas, pares conectados de forma distribuída ( pessoas que podem se relacionar na sua comunidade ou com o mundo inteiro, sem precisar depender de ninguém, ter alguém no controle) para realizar coisas ou solucionar problemas, trocar ideias, conhecimento, colaborar em benefício de um objetivo comum de forma totalmente independente das grandes instituições.

Quando pensamos em economia, nós pensamos algo com relação a crescimento e desenvolvimento de um país como um todo. Mas no seu conceito técnico, científico a economia estuda e administra os recursos escassos e a forma como comercializamos, transportamos e consumimos esses recursos que não tem para todos ou que pelo menos pensamos que não tem. Essa é a economia tradicional, focada em tudo que está ligado, relacionado a questão da escassez.

Na economia colaborativa o que se estuda e administra é a abundância, não existe a escassez, existe pessoas atuando, colaborando para trazer mais e mais melhorias ( produtos, serviços e bens) para toda a sociedade, é uma economia que tem para todo mundo, não exclui ninguém.

Vejamos abaixo para ficar mais claro as diferenças entre, economia colaborativa e a economia tradicional:

Como a velha economia colaborativa (vamos assim dizer) foi se perdendo ao longo do tempo, nasceu uma nova, ou seja, novas formas de se relacionar e colaborar em sociedade. Essa nova forma veio com a tecnologia, com as áreas de tecnologia, buscaram reviver essa economia colaborativa só que de uma forma diferente. Podemos observar essa nova aplicabilidade da economia colaborativa em alguns exemplos;

A economia tradicional e a economia colaborativa sempre existiram e havia um certo equilíbrio entre as duas na sociedade, Com o passar do tempo, com a evolução da sociedade, o crescimento e o desenvolvimento das cidades a economia tradicional ganhou mais força, acabou se tornando dominante e com isso a economia colaborativa começou a ser esquecida, a não ser mais notada e usada.

A economia colaborativa poderia ser observada quando, pessoas se reuniam em uma comunidade para ajudar a uma determinada pessoa na construção da sua casa ( faziam-se os famosos mutirões, um gesto de solidariedade, coleguismo, simplesmente o fato de querer ajudar, faz porque quer e porque pode). Também podia ser observada quando se pedia ajuda para um vizinho, ficar com seu filho por algumas horas ou olhar sua casa quando estiver ausente ou até mesmo pedir um pouco de arroz, feijão, açúcar porque está sem em casa ( havia essa troca de ajuda entre vizinhos, a ajuda mútua, era algo recíproco). Citei esses exemplos porque eles eram os mais comuns a serem vistos, utilizados nas pequenas comunidades, cidadezinhas do interior.

1) Projeto Open Source (Código aberto) é um modelo de desenvolvimento que foi criado em 1998, não tem dono, ninguém controla, é um projeto totalmente distribuído, aberto a todos que tiverem interesse em compartilhar conhecimento, ideias, opiniões, ajudar na solução de problemas. Esse projeto influenciou pessoas do mundo inteiro a entrar e a colaborar.

2) Tecnologia Blockchain e as criptomoedas com seu conceito de descentralização trouxeram novos modelos de startups. Exemplo que podemos observar nas criptomoedas é os dois grandes projetos como o Bitcoin e o Ethereum, ambas tem uma comunidade de colaboradores enorme, atuando em melhorias, solucionando problemas na rede, atuando de forma independente e sem receber nenhum centavo por isso, a somente a recompensa do compartilhamento do conhecimento, da troca de ideias. Também temos exemplos de startups brasileiras que foram construídas seguindo o modelo de blockchain descentralizada, como a Originalmy que veio com o objetivo de desburocratizar os serviços cartorário ( descentralizar o poder dos cartórios) e a GOBlockchain que veio com o objetivo de trazer a disruptura dos meios de trabalho, criando novos modelos de negócios descentralizados e distribuídos ( no meio acadêmico, na criação de produtos e serviços), não existe hierarquia, existe os colaboradores ( que criam e mantêm o modelo de negócios). Existem vários outros modelos de economia colaborativa se começarmos a analisar, AirBnb e o Uber são de certas forma modelos de economia colaborativa.

Essa nova economia colaborativa traz um novo olhar para os processos de organização social, vemos organizações distribuídas que de forma simples e direta, juntam pessoas para resolver problemas ou criar coisas novas levando o acesso a todos. E uma economia mais justa, você não vê desigualdade, porque tem para todo mundo. Se eu tenho um carro parado na garagem, porque não compartilhar o seu uso? Se eu tenho algum dinheiro guardado, porque não financiar pequenos projetos, sem depender de banco? A educação, porque mantê-la restrita às escolas e instituições de ensino se eu detenho conhecimento e posso passar para as pessoas? No mercado colaborativo, os agentes econômicos têm um papel distinto: de conectores, eles criam ferramentas, serviços, produtos, para conectar as pessoas e garantir o fluxo de recursos abundantes daqueles que tem para aqueles que precisam.

A colaboração é a parte fundamental na transformação da sociedade, porque vemos hoje cada vez mais, pessoas egoístas, individualistas ( cada um por si, ninguém ajuda ninguém), a alta competitividade, vemos isso muito presente nas organizações onde trabalhamos. As organizações no modo geral, são as grandes causadoras das formas como as pessoas vivem em sociedade hoje, porque as pessoas fazem aquilo que elas querem que eles façam, “ serem egoístas” , busquem o melhor para si independente dos demais, briguem por recursos escassos, para ser o melhor. As organizações criam situações, produtos, serviços escassos ( não é que não tem para todos, as organizações criam essas situações para que as pessoas possam brigar por isso), exemplo, no trabalho as hierarquias, nem todo mundo pode ser diretor, gerente, presidente, isso gera a escassez. Um outro exemplo. o fura fila de parques, criaram uma forma das pessoas pagarem a mais para não ter que pegar uma fila, aí gera uma escassez também, porque nem todo mundo vai poder pagar ou ter acesso a isso. Vamos para mais um exemplo, áreas VIP de shows, nem todo mundo tem acesso, pode pagar para ficar em uma área privilegiada, gera mais uma escassez. Tudo isso faz com que as pessoas briguem cada vez mais, busquem ter um cargo melhor em uma empresa, para com isso ter mais acesso a renda e assim ter acesso a esses recursos escassos que vão sendo criados, é um ciclo que não tem fim.

Nessa sociedade da economia tradicional, vemos muita desigualdade e capitalismo ao extremo, as pessoas não fazem as coisas porque querem, ou porque são obrigadas a fazer ou porque tem um benefício, recompensa por fazer. Estamos nos aproximando de uma catástrofe ambiental, olhando como sociedade, pois estamos com alta eficiência (padrões centralizados que buscam atingir um objetivo tendo foco e controle) e baixa eficácia ( modelos distribuídos com capacidade de mudança e capacidade de inovação), significa morrer rápido, porque estamos indo muito rápido na direção errada.

Precisamos buscar o equilíbrio entre as duas economias (podemos nos organizar de forma centralizada e distribuída, desde que não se perca a conexão com o mundo de possibilidades e abundância), não é somente a economia colaborativa que vai trazer a transformação da sociedade, porque tudo que é em excesso não faz bem, mas é a junção das duas que traz o crescimento e o desenvolvimento da sociedade.

Originally published at https://medium.com on December 21, 2018.

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